quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Eletroeletrônicos são os produtos com maior queda de preços no ano

Os equipamentos eletroeletrônicos foram os que, nos sete primeiros meses do ano, tiveram a maior queda de preços. De janeiro a julho de 2008, o Índice de Preços no Varejo (IPV) medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) registrou queda de 8,52% nos preços desses produtos. Dentre todos os grupos pesquisados pelo índice, este foi o que apresentou a maior variação negativa do semestre.

Segundo a entidade, o motivo da queda do índice, que apresentou a décima oitava redução consecutiva, é a desvalorização do dólar. Em julho, os eletroeletrônicos tiveram variação negativa de 1,46%, contra queda de 0,88% em junho. As quedas mais relevantes foram em telefonia (-0,87%), produtos de imagem e som (-1,23%) e informática (-2,26%).

Importações seguram preços

Além da questão do valor do dólar, a entrada de produtos importados e ilegais no comércio aumenta a competitividade e favorece a manutenção dos preços baixos.

A questão da importação é fundamental em momentos de inflação, pois a entrada de produtos importados no mercado interno estimula a competição, ajudando a equilibrar os preços. Se a realidade fosse a de um mercado fechado, o consumidor estaria muito mais sujeito aos aumentos de preços praticados pela indústria nacional.

Lucros do varejo

O pequeno varejo dos eletroeletrônicos vem apresentando desempenho que confirma tanto um bom momento da economia brasileira, com aumento da renda do consumidor e facilidades na obtenção de crédito, quanto as sucessivas quedas nos preços, medidas pelo IPV.

De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV), também realizada pela Fecomercio, o setor de eletroeletrônicos teve alta de 6,9% no faturamento em junho deste ano. No acumulado do ano, o setor apresenta estabilidade, tendo queda de 0,1%. Bons resultados mensais são esperados para o setor no segundo semestre.

Roupas e calçados

Outro recuo importante de preços foi o apresentado pelos produtos de vedtuário, tecidos e calçados, que após cinco elevações consecutivas atingiram queda de 0,25% em julho. O início das liquidações de queima de estoque de inverno, que começaram na maioria dos estabelecimentos comerciais, pode explicar a redução.

Entretanto, o setor ainda acumula alta de 1,85% no ano. As variações relevantes foram a de roupa infantil (-0,91%), roupa masculina (-0,90%), roupa feminina (-0,68%) e artigos de cama, mesa e banho (-0,03%).

De acordo com o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcelo Solimeo, mesmo com as quedas na temperatura registradas nos últimos dias, o preço das roupas de inverno não deve aumentar, e o período das liquidações deve se acentuar.

"Nesta altura do ano, os lojistas querem acabar com os estoques para receber as novas coleções. Apesar da queda nas temperaturas, acredito que a tendência agora é de que as liquidações se acentuem", explica.

Autopeças

Apresentando queda em julho (-0,61%), as autopeças aproveitam o aquecimento do mercado de veículos novos. A necessidade de reparo e de aquisição de peças diminui, provocando a redução. Ainda assim, os preços do setor registram alta de 0,60% no acumulado de 2008.

Fonte: InfoMoney

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