terça-feira, 12 de agosto de 2008

Convênio fomentará microfinanças no meio rural

Brasília - Sebrae, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito de Economia Familiar e Solidária (Ancosol) firmaram, no último dia 6, convênio de cooperação técnica e financeira.

Durante três anos, as instituições vão investir R$ 3,1 milhões na capacitação do quadro técnico e diretivo das cooperativas e implantar um programa de microfinanças solidárias no meio rural brasileiro. A oferta de crédito para os pequenos negócios solidários e o agronegócio familiar, nos primeiros três anos, será de cerca de R$ 750 milhões com recursos próprios e repasses.

Além de firmar essa parceria, a Ancosol aproveitou a oportunidade para dar outro importante passo: após a assinatura do convênio, começou a assembléia de constituição da Confederação das Cooperativas de Credito de Economia Solidária, a Confesol. Durante a reunião, os diretores das cooperativas, que fazem parte das centrais de crédito, aprovaram o nome da confederação e seu estatuto, além de elegerem a primeira diretoria.

Como primeira ação da confederação está o desenvolvimento de um software. Trata-se de um programa de gestão de cooperativas de crédito que terá a função, por meio do Projeto Colméia, de propiciar que o sistema de cooperativas funcione de forma on line, atendendo as exigências normativas e regulatórias do Banco Central e demais órgãos governamentais. A composição do software contará com o apoio do Sebrae e do MDA. Entre as ações futuras está prevista a implementação dos serviços de ouvidoria e auditoria.

O presidente em exercício da Ancosol, Cláudio Risson, lembrou que essa é mais uma das várias parcerias que a instituição tem com o Sebrae e ressaltou que o convênio e a constituição da confederação marcam um importante momento de fortalecimento do cooperativismo de crédito rural e solidário no País. "Com a assinatura deste convênio estamos dando um importante passo rumo à consolidação do cooperativismo no Brasil".

Para o chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições não Bancárias (Desuc) do Banco Central, Gilson Balliana, nesses últimos anos houve uma mudança de posição com relação ao cooperativismo por parte do Banco Central. "Acreditamos que com um sistema financeiro sólido e eficiente a economia funciona e o País cresce. O cooperativismo é visto como uma importante ferramenta de desenvolvimento", afirmou.

Gilson parabenizou a formação da parceria e acrescentou que "os presentes aqui já deram importantes passos: o primeiro acredito que tenha sido o mais difícil, foi o momento em que a comunidade se reuniu e decidiu formar uma cooperativa; o segundo foi perceber que as cooperativas juntas tinham mais força; e agora o terceiro passo, com a constituição da confederação".

Já para o secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA, Humberto Oliveira, um dos maiores investimentos do Governo Federal tem sido o cooperativismo de agricultura e economia solidária. "Ao longo dos últimos anos, o cooperativismo passou por um desgaste frente à agricultura familiar, devido a erros de políticas públicas. Porém, hoje, o governo entende que precisa dar apoio a esse segmento", enfatizou. Ainda segundo Humberto, "é importante que o cooperativismo se consolide para que esteja presente em todos os governos", disse.

O diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ressaltou que além do objetivo e metas previstas, o convênio traz dois aspectos fundamentais: capacitar o quadro técnico e diretivo, qualificando a estrutura interna das cooperativas de crédito e bases regionais de serviços; e implantar e fomentar um programa de microfinanças solidárias no meio rural brasileiro. "Nada substitui o profissionalismo e a eficiência. Não podemos reduzir a qualificação do corpo funcional das cooperativas", afirmou.

Carlos Alberto ainda destacou que "é o pequeno produtor da agricultura familiar que cumpre um papel fundamental frente às atuais pressões inflacionárias". E reafirmou o apoio do Sebrae para a criação de uma "política irreversível do cooperativismo". "É importante que as cooperativas busquem apoio e ampliem o diálogo com as unidades de Agronegócios do Sebrae em cada estado", orientou.

Texto:
Regina Xeyla
Divulgado na Agência Sebrae de Notícias
06/08/08

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