segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Crescem operações de crédito nas cooperativas brasileiras

Alessandro Carvalho Seminário Banco Central sobre Microfinanças vai até 1º de outubro em Belo Horizonte Estudo do Banco Central sobre Governança Cooperativa revela números atuais sobre o cooperativismo de crédito no Brasil. As informações foram divulgadas na manhã desta segunda-feira (29) em Belo Horizonte durante o VII Seminário Banco Central sobre Microfinanças, evento que acontece até o dia 1º de outubro na capital mineira.

O sistema cooperativista de crédito brasileiro, entre 1997 e 2007, teve pouco crescimento em termos de quantidade de cooperativas, passando de 1.120 para 1.423 cooperativas. Por outro lado, sua participação nos principais agregados do sistema financeiro teve aumento expressivo, de 1,4% do patrimônio líquido para 2,2%. Outros indicadores mostram aumento relativo: operações de crédito aumentaram de 0,7% para 2,3%; depósitos e ativos totais, de 0,3% para 1,5%. Em relação ao número de associados atendidos pelas cooperativas de crédito, estes passaram de 1,4 milhões em 2001 para 2,8 milhões em 2006, atingindo um total de 3,5 milhões em 2007.

Para manter o espaço conquistado ou ampliar sua fatia no mercado financeiro, o segmento de crédito cooperativo tem como desafio melhorar suas práticas de governança, especialmente adotando instrumentos de fiscalização e controle mais eficientes. Segundo o Banco Central, o cooperativismo tem o desafio de enfrentar um novo ambiente macroeconômico - redução de taxas básicas de juros, redução no spread (diferença das taxas praticadas pelos bancos na captação e aplicação de recursos), aumento da concorrência do crédito de varejo, seu principal nicho de mercado.

Ainda de acordo com a instituição financeira, apesar dos desafios, o ambiente institucional é favorável ao crescimento. Além da Lei 5.764/1971, que já institui importantes instrumentos de fiscalização e controle, tanto internos quanto externos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central, atentos ao crescimento e às necessidades do segmento, promoveram, no limite de suas competências, mudanças institucionais significativas tanto na regulação quanto na supervisão do sistema cooperativista de crédito.

Nesse sentido, para melhorar a supervisão das cooperativas de crédito, foi criada área específica para a supervisão dessas cooperativas e o segmento não-bancário no Banco Central, com o intuito de ter um departamento mais voltado para as peculiaridades desses segmetos.

Em relação à regulação, a Resolução 3.442/2007 do CMN contém dispositivos que exigem adoção de instrumentos de fiscalização e controle mais rigorosos e incentivos para as cooperativas se integrarem em sistemas de rede.

Cooperativas brasileiras

Hoje, o universo das cooperativas de crédito no Brasil possui três níveis de atuação: as cooperativas singulares (primeiro nível), que prestam serviços diretamente aos seus associados; as cooperativas centrais e federações de cooperativas (segundo nível), onde são prestados serviços de integração de atividades e utilização recíproca de serviços às cooperativas singulares associadas; e as confederações de cooperativas (terceiro nível), que orientam e coordenam as atividades das cooperativas centrais e federações de cooperativas.

Em dezembro de 2007, essa estrutura era formada por 1.427 cooperativas singulares, 37 cooperativas centrais, quatro confederações e dois bancos cooperativos. As cooperativas de crédito podem ser classificadas por modalidade, de acordo com o objeto ou natureza das atividades desenvolvidas ou pela condição de vínculo de seus associados, podendo ser: cooperativas de empregados públicos ou privados, de profissionais, de crédito rural, de microempresários, de empresários e de livre admissão.

As cooperativas de crédito também podem ser agrupadas de acordo com o vínculo a sistemas cooperativos ao qual pertencem e que compartilham normas internas, sistemas, procedimentos, tecnologias, produtos, serviços. Os sistemas de cooperativas existentes no Brasil são: Sicoob, Sicredi, Unicred, Ancosol, CentralCred, Cecred, Cecrers, Federalcred e Ceeoopes, que agregavam 79% das cooperativas de crédito brasileiras em dezembro de 2007. As cooperativas não vinculadas a sistemas, classificadas como independentes, representam 21% do total.

Publicado pela Agência Sebrae de Notícias (ASN) - http://www.agenciasebrae.com.br/
Repórter, enviada especial Regina Xeyla
29/09/2008

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