sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Brasil pode retomar acordos bilaterais, com o fim da Rodada Doha

Durante o Fórum Especial sobre os BRICs (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o Brasil não abandonou as negociações bilaterais.

A declaração foi feita esta semana. Ele lembrou ainda que o país apenas teve de interromper as negociações com a União Européia, porque o mandato do bloco europeu, em relação aos acordos com o Mercosul, exige que, antes, seja encerrada a Doha.

Mercosul

Ele frisou que o Brasil não vai enfraquecer, se negociar ao lado dos demais parceiros do Mercosul. "Na medida em que fortalecemos o bloco, fortalecemos nossa presença internacional. O Brasil é maior, porque é capaz de aglutinar a América do Sul".

"O sistema multilateral (em que o Brasil negocia como integrante de um bloco) é muito importante para nós, por vários motivos. O principal deles são os subsídios, que mais atingem a agricultura, setor em que somos competitivos. E os subsídios, jamais conseguiremos eliminar ou sequer disciplinar em acordos bilaterais", acrescentou, ao lembrar que nunca se recusou a assinar acordos bilaterais.

Argentina

No início de agosto, o presidente da Fiesp e do Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, defendeu os acordos com a Argentina."A Rodada Doha fracassou, mas o Brasil e o Mercosul não podem esperar. É preciso que se busquem negociações bilaterais de comércio e seria interessante termos o apoio dos argentinos", disse, pouco antes de se encontrar com autoridades e empresários.

A Argentina e o Brasil são as duas maiores economias do Mercosul, bloco econômico criado em 1991, com o objetivo de integrar as economias da América do Sul.

O país vizinho é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, com uma corrente de comércio (somas das exportações e importações), em 2007, de US$ 25 bilhões (25% maior que em 2006 e quase o dobro do registrado em 2003), com vantagem para o lado brasileiro, superavitário em US$ 4 bilhões.

Fonte: InfoMoney

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